Quinhentismo



Contexto histórico:
O quinhentismo corresponde ao estilo literário que abrange todas as manifestações literárias produzidas no Brasil na época do seu descobrimento, durante o século XVI corresponde à introdução da cultura da Europa em terras brasileiras. Não se pode falar em uma literatura do Brasil, como características do país naquele período, mas sim em literatura no Brasil uma literatura ligada ao Brasil, mas que denota as ambições e as intenções do homem europeu.
E um movimento paralelo ao classicismo português e possui idéias relacionadas ao renascimento que vivia o seu auge na Europa. A literatura do quinhentismo tem como tema central os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista material na forma da literatura informativa das grandes navegações e a conquista espiritual resultante da política portuguesa da contra reforma e representada pela literatura jesuítica da companhia de Jesus. Quem produzia literatura naquele período estava com os olhos voltados para as riquezas materiais( ouro, prata, ferro, madeira,etc.) enquanto a literatura dos jesuítas se procurava com o trabalho de catequese. a igreja ancontrava-se dividida: de um lado a burguesia defendia seus interesses através da reforma protestantes; de outro as forças tradicionais reafirmavam os dogmas medievais através da contra reforma.
Portugal descobre o Brasil durante um processo de transição entre idade media e a idade moderna ,na qual a prioridade era o desenvolvimento comercial. Dessa forma como o Brasil na apresentava as mesmas vantagens comerciais das índias, a colonização só começava efetivamente depois da expedição de Martin Afonso de Souza e da criação das capitanias hereditárias com a extração do pau Brasil e cultivo de cana de açúcar. Em 1549 instala-se o governo geral e os jesuítas chegam ao Brasil iniciando um trabalho de catequese dos índios e fundando os primeiros colégios.

Características literárias:
A subordinação política e econômica a metrópole portuguesa acarretava dependência cultural e imitação dos modelos artísticos portugueses. Não existia uma literatura efetivamente brasileira: havia esparsas manifestações mais ou menos literárias documentando a chegada do europeu ao novo mundo. Era produzida por cronistas, viajantes e jesuítas, isto é, portugueses que aqui se encontravam por um período curto e uma finalidade especifica.
A ideologia mercantilista e religiosa européia vai se traduzir em duas vertentes literárias do quinhentismo brasileiro: a literatura informativa, calssisista e a dos jesuítas voltada para o trabalho de catequese.

• Literatura de informação
A expansão ultramarina européia trouxe inúmeros viajantes às terras recém descobertas ou exploradas da Ásia da áfrica e da America com a de produzir relatórios, com informações sobre essas terras, detalhando os recursos minerais a fauna a flora e os aspectos exóticos e pitorescos de seus habitantes. Esses relatórios, denominados “crônicas de viagem” tem caráter mais histórico do que literário apresentando uma linguagem puramente referencial ou denotativa.
A carta de pero Vaz de caminha é considerada o primeiro documento da literatura no Brasil inaugurando a chamada literatura informativa: manifestações literárias d grande valo histórico e profundo caráter documental sobre o Brasil, feitas por cronistas e viajantes estrangeiros buscando descrever e informar sobre a nova colônia portuguesa com enfoque na conquista material e na exaltação da terra nova. Seus relatos visavam satisfazer a curiosidade e a imaginação dos europeus.
Na literatura informativa encontramos documentos, cartas e relatórios de navegantes de administradores e de missionários e autoridades eclesiásticas. Sua principal característica é a descrição e exaltação da flora, fauna e dos índios, resultante de descoberta do exotismo e exuberância de um mundo tropical. A linguagem referencial também vai refletir tal louvor a terra com o uso exagerado de adjetivos, geralmente empregados no superlativo. Também encontramos a presença de modelos clássicos e renascentistas que tendem a erudição.

• Literatura classicista
Em Portugal o quinhentismo teve inicio em 1527quando do retorno do poeta Sá de Miranda da Itália onde viveram vários anos para estudos. Na bagagem trazia novas técnicas versifica tórias alem de introduzir no país o verso decassílabo em oposição à redondilha medieval que passou a ser chamada de medida velha, trouxe uma nova conceituação artística. Devemos entender, portanto que Sá de Miranda não trouxe para Portugal apenas um verso de medida diferente, mas um gosto poético mais refinado.
Juntamente com o decassílabo passaram a serem cultivadas novas formas fixas de poesia, como o soneto, a ode, a écloga, a elegia, a epístola. É preciso lembras que a substituição do verso redondilha característico da idade media pelo decassílabo não se deu de forma imediata, pois ambas as medidas conviveram por grande parte do século XVI.

• Literatura jesuítica
Agentes da contra reforma os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 como missões de educar a catequizar os índios fundando os primeiros colégios. Durante quase todo o período colonial a educação foi atribuição exclusiva por causa de sua intenção pedagógica e moralizante os textos produzidos nesse período possuem caráter mais didático que artístico compreendendo o teatro pedagógico a poesia de devoção e as cartas que informavam aos superiores na Europa sobre o andamento dos trabalhos na colônia(catequese e conquista espiritual).
Cabe ressaltar que o teatro foi o instrumento mais utilizado para atingir os objetivos pretendidos pelos jesuítas visto que por facilidade didática prestava-se melhor tanto para moralizar os costumes dos brancos colonos como para a catequização do índio.
• Autores e obras
Pêro Vaz de Caminha: exerceu o cargo de mestre da balança no porto e foi escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral. Ficou conhecido pela carta a El Rei Dom Manuel sobre o descobrimento do Brasil, datada de i de maio de 1500. A carta foi descoberta da torre do tombo em 1773 por José de Seabra da Silva tendo sido publicada por Aires do Casal na coreografia brasílica em 1817. Considerada a certidão de nascimento do Brasil, além do inestimável valor histórico, é um trabalho de bom nível literário, mostrado claramente o duplo objetivo que impulsionava os portugueses para as aventuras marítimas, isto é, o propósito mercantilista o espírito missionário. Faz um relato dos dias passados na Terra de Vera Cruz em Porto seguro, da primeira missa. Dos índios que subiram a bordo das naus, dos costumes destes e da aparência deles assim como fala do potencial da terra tanto para a mineração, exploração biológica e humana já que fala sempre em salvar os nativos, convertendo-os.

Pero de Magalhães Gândavo: tratado da terra do BR e a historia da província de santa cruz a que vulgarmente chamem de BR (1576)
Pro Lopes de Souza: diário da navegação que foi a terra do BR em 1500.
Gabriel Soares de Souza: tratado descritivo do BR(1587)
Ambrosio Fernandes Brandão: dialogo das grandezas do BR (1618)
Frei Vicente do Salvador: história do Brasil (1627)
PE. Manuel da Nóbrega: diálogo sobre a conversão dos gentios (1558)
PE. José de Anchieta: obra vasta; expedições de reconhecimento e colonização. A obra José de Anchieta diferencia-se do conjunto dos escritores do século XVI. Alem de cartas e relatórios de valor documental e histórico, o jesuíta também escreveu poesia e teatro.
• Outros autores e obras:
- Lisuarte de Grécia, por Feliciano da Silva
-cartas dos missionários jesuítas escrita nos dois primeiros séculos de catequese, por Paez de Rivera
-narrativa epistolar, por Padre Fernão Cardim!

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